Tantas vezes vai o cântaro à fonte
...e ao fim do dia lá está ele... no sítio do costume, o suspeito do costume. O fumo sai pela boca e alma dele vai atrás... Há muito que essa anseava pela viagem. O mundo à espera dela... Ele foi deixando-a sair aos poucos a cada sopro... a cada suspiro. Desperdiçou alma muitas vezes. Ainda desperdiça. Mas desperdiça inconscientemente. Antigamente desperdiçava o fumo a toda a hora... Agora não. Acha-se tão atento, tão perspicaz em relação a tudo... Acha-se nas núvens. A vida para ele parece sempre ter uma saída. Contenta-se com pouco mas sabe bem que cada vez está mais insaciável. Sabe bem da sua sede e no final de contas é ela que o guia. É a sede que nos leva à fonte. E ele sente a fonte dele cada vez mais perto, a chamar por ele. Entretanto a vida boémia impede-o de conseguir traçar o melhor caminho. Mas ele nem se importa. A fonte é dele. A sede é dos dois (sim, ele também é uma fonte). Falta o caminho. Mas para que lhe interessa o caminho se sabe que vai chegar à fonte?
Ele ainda não chegou. O fumo já.
PS: parabéns fonte
Ele ainda não chegou. O fumo já.
PS: parabéns fonte