sexta-feira, 18 de julho de 2008

Tem piada... Estava aqui a lembrar de quando "eramos miúdos"... Lembro-me tão bem de quando mandaste aquela foto ao Ricardo. Todos riam... mas eu não percebia porquê... enfim, é deixá-los andar. Eu achei-te "piada" logo ali. Havia qualquer coisa que me chamava a atenção. Não eram os óculos decerto... e a praia só reparei nela depois de muito tempo... Achei "piada" à tua cara... mas enfim, nunca mais a ia ver mesmo, por isso... Depois encontraste-me, 2 anos depois, na internet. "Interessante" - dizias tu. E eu concordava... Sentia-me esquisito quando falava contigo. Era uma estranha alegria aquela que eu sentia quando conversávamos... às vezes sentia-me ridículo mesmo. Falávamos de tudo e mais alguma coisa. Era um puto feliz, apesar de ter umas paixonetas no mínimo cómicas que às vezes me levavam um bocado abaixo. Mas isso é próprio da idade. Tu eras uma rapariga culta, inteligente, interessante, gira, mais velha (lol, quando somos miúdos é uma coisa a que achamos piada) e extremamente simpática. Eu conversava contigo como que mexe numa boneca de porcelana... muito devagarinho, não vá partir a boneca. Depois de alguns meses tivemos aquela noite. A tal noite de glória, que nos revolucionou. Aquela sabedoria que nos acompanha/acompanhou desde então. Passaram-se anos e anos.. Eu tive 2 pseudo-namoradas entretanto, mas tu sempre foste a pessoa mais importante. Aquela pessoa que dominava os meus pensamentos e os meus sonhos. Apercebi-me rapidamente que eras de facto aquela pessoa que eu queria ter a meu lado. Foi fácil pra mim ver isso e tu também fizeste transparecer que sentias o mesmo. O tempo foi passando e pesando em mim. Exactamente 2 anos e 9 meses depois de termos falado pela primeira vez encontrámo-nos. Esperava-se uma explosão de amores e tudo o mais com uma energia superior à do Big Bang. Nada disso aconteceu. Amedrontados pela falta de presença um do outro, não tivemos coragem para mostrar um milésimo do que diziamos fazer... Hoje tenho o tal miúdo aos pontapés com o meu coração e com os meus pulmões. O rapaz que me tornei é um velho que nunca foi um homem. Este rapaz é a decadência de um miúdo cheio de sonhos e esperanças. É um homem fraco que desespera por já não poder ser um miúdo. É um velho que se sente demasiado pequeno para ser um homem. É um rapazinho que sonha em ser um grande miúdo. É um rapaz que não tem nada. Nada a não ser um miúdo a pontapear o meu coração e os meus pulmões, a gritar por liberdade. Infelizmente, o rapaz só sabe uma maneira de libertar, por fim, esse miúdo.